Entre o quase em 2000 e 2004 até os títulos de 2008 e 2012, Falcão viveu momentos inesquecíveis pela Seleção Brasileira. Inclusive, estes grandes feitos o fez o maior artilheiro da história da Copa do Mundo. Portanto, finalizando a coluna Além da 12 de 2019, o destaque é para o insuperável maior jogador da história do futsal.
Por Thiago Lopes, Caieiras-SP
Aos 39 anos, Falcão jogou o seu último Mundial, apenas por não ter acreditado que teria condições de disputar uma Copa do Mundo aos 43 anos. Mal sabia que a competição seria adiada para 2021. Contudo, o camisa 12 teve cinco participações no torneio, onde conquistou dois títulos, duas Bolas de Ouro FIFA. Além, claro, dos 48 gols, que faz dele o maior artilheiro de Copas do Mundo no futsal.
Autor de três gols no empate em 4 a 4 com os iranianos, Falcão ainda foi ovacionado pelos rivais após a fatídica partida em Bucaramanga. No entanto, a despedida do mito foi na eliminação ainda nas oitavas de final. Assim, a pior colocação da amarelinha em Copas. Isso porque em todas as edições anteriores, a seleção havia chegado ao menos na semifinal…
Aos 23 anos Falcão disputou sua primeira Copa do Mundo, em 2000, na Guatemala. Numa equipe que contava com os já renomados Manoel Tobias, Fininho, Lavoisier e Vander Carioca, o camisa 12 acompanhou de perto o título que ficou no quase. Isso porque na final veio uma derrota por 4 a 3 para os espanhóis, assim, um frustante vice-campeonato. Naquela oportunidade Falcão jogou oito vezes e marcou seis gols, três deles na histórica goleada por 29 a 2 do Brasil sobre a Guatemala, a anfitriã, na primeira fase.
Como de costume, quatro anos depois, mais uma Copa do Mundo. Entretanto, outra vez apareceu a seleção espanhola no caminho. Com 13 gols em oito partidas, o Falcão fez a sua parte, mas a seleção ficou na semifinal. Depois do 2 x 2 no tempo normal, a Espanha ficou com a vaga na final nos pênaltis ao vencer por 5 x 4. Apesar disso, o camisa 12 voltou para a casa com dois troféus individuais: a Bola de Ouro FIFA e a Chuteira de Ouro, dada ao artilheiro do torneio. O Brasil, por outro lado, terminou em terceiro lugar.
Em 2008 o craque pôde conquistar seu primeiro título de Copa do Mundo. Como país sede, a seleção canarinho, enfim, superou os espanhóis e conquistou a taça. Entretanto, em mais um jogo complicado, novamente decidido nos pênaltis, por 4 x 3, após um novo empate em 2 x 2 no tempo regular. Para variar, autor de 15 gols em nove partidas, o camisa 12 faturou a sua segunda Bola de Ouro, terminando também como vice-artilheiro da competição. Uma conquista mais que especial disputada no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Falcão erguendo a taça da Copa do Mundo de 2008. Foto: Reprodução/LNF
Depois de sofrer uma lesão muscular logo na estreia contra o Japão, Falcão pensou em deixar a seleção na Copa de 2012, disputada na Tailândia. Entretanto, com o apoio dos médicos e, claro, de seus companheiros permaneceu com o grupo. Mas surpreendendo a todos, o craque conseguiu voltar a jogar nas oitavas de final contra o Panamá. No entanto aconteceu algo muito inesperado. O camisa 12 foi acometido por uma paralisia facial de fundo nervoso.
Em contrapartida, por incrível que pareça, isso não o atrapalhou em nada. Mesmo com essa situação, o brasileiro enfrentou a Argentina nas quartas de final e fez dois gols na dramática vitória de virada por 3 a 2. Por fim, na final ainda conseguiu o feito de marcar mais um gol e superar a Espanha. Uma história de superação incrível que jamais será esquecida.
Mesmo aos 39 anos, Falcão decidiu voltar atrás sobre jogar em uma Copa do Mundo. Sendo assim, ele esteve nas quadras colombianas que o fez o maior artilheiro de todos os tempos nos mundiais, após marcar 10 gols. Assim, ultrapassando o compatriota e renomado Manoel Tobias. Infelizmente, a despedida não foi positiva depois da seleção ser eliminada para o Irã, ainda nas oitavas de final, assim, a pior campanha do Brasil na história da competição.
Mas nada disso diminui o tamanho do lendário camisa 12, que será para sempre o melhor jogador da história do futsal.
A despedida de Falcão. Foto: Reprodução/LNF